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Como as experiências de urbanismo tático podem ajudar na retomada pós Covid-19

A crise da Covid-19 trouxe a necessidade de repensar a utilização dos espaços públicos e as diferentes formas de se locomover pela cidade. Para promover o distanciamento social e responder os desafios impostos pela pandemia do novo coronavírus, muito países estão apostando nas ações rápidas e práticas do urbanismo tático. São medidas que transformam as ruas com o fechamento de vias destinadas a veículos motorizados, implantação de infraestrutura cicloviária e alargamento de calçadas, dedicando espaços para os pedestres e ciclistas se deslocarem com a segurança necessária pela cidade.

Na Nova Zelândia, o governo irá financiar projetos de urbanismo tático que incentivem a criação de espaços públicos mais amigáveis e acessíveis. Cidades alemãs têm remodelado as ruas com fitas e cones para criar ciclovias temporárias. Bruxelas aprovou orçamento para criar 40km de novas ciclovias além de reduzir a velocidade dos carros de 30 para 20 km/h, enquanto no Reino Unido serão investidos 13 bilhões de reais no maior plano de transporte sustentável do país. Na América Latina, Bogotá implementou 76km novos de ciclovias. Cidade do México, Lima e Quito são outros exemplos de cidades que estão abraçando essa ideia.

Urbanismo tático no Brasil

As intervenções são conhecidas pela facilidade de implantação

No Brasil, o ITDP tem trabalhado com prefeituras e outras organizações em diversas intervenções temporárias de urbanismo tático pela região sudeste. Essas ações têm por finalidade qualificar o espaço urbano com rapidez e economia, permitindo testar soluções de projeto e ao mesmo tempo promover uma melhor convivência entre pedestres, ciclistas e condutores de veículos motorizados. As intervenções fazem uso de materiais de baixo custo e de fácil montagem e remoção como tintas, cavaletes, cones e plantas para criar uma ambiência de uso imediato.

Em São Paulo, o ITDP apoia intervenções desde 2016. A pioneira aconteceu no bairro de São Miguel Paulista, Zona Leste. No ano seguinte, foi a vez de Santana, bairro da Zona Norte da cidade, que posteriormente implementou as medidas de segurança viária permanentemente. Em 2018, o bairro José Bonifácio também na Zona Leste, foi escolhido para ser palco de uma nova intervenção, e em 2019, o distrito Artur Alvim e a cidade de Sorocaba foram selecionadas. 

Confira a experiência em Santana:

Já no Rio de Janeiro, em 2018, o ITDP Brasil e a Prefeitura do Rio promoveram uma intervenção temporária no entorno da estação de metrô de São Francisco Xavier, na Tijuca. O local foi escolhido por ser uma conexão de transporte importante da cidade, contando com estação de metrô, corredor de ônibus  e estações de bicicleta compartilhada. Foram dois dias de intervenção que modificou a rua com elementos de paisagismo e sinalização removível para ampliar a segurança e o conforto dos pedestres e ciclistas. O ITDP Brasil produziu um boletim com os principais resultados dessa iniciativa, disponível aqui.

Em São Francisco Xavier, 81% das pessoas entrevistadas aprovaram as mudanças

Em 2019, a Prefeitura de Belo Horizonte escolheu o bairro de Cachoeirinha como área piloto para implantação de uma ação temporária para dar início às zonas de velocidade reduzida na cidade. O ITDP Brasil, a Empresa de Transporte e Trânsito de Belo Horizonte (BHTRANS), organizações parceiras e voluntários transformaram a Rua Simão Tamm em um espaço mais atrativo e convidativo para as pessoas que circulam pela área. O processo de implantação, pesquisas e resultados da podem ser conferidos no boletim sobre a intervenção temporária, disponível aqui.

Assista como ocorreu a iniciativa em Cachoeirinha:

A agilidade de implantação e a possibilidade de ajustes posteriores fazem do urbanismo tático uma ferramenta atrativa para a retomada pós pandemia, permitindo que o espaço da rua seja rapidamente redistribuído para dar mais espaço a pedestres e ciclistas.

As ações de urbanismo tático priorizam a mobilidade ativa

Com o ampliamento das calçadas, é possível oferecer mais espaço para que as pessoas consigam manter a distância mínima uma das outras. A criação de ciclovias prioriza o deslocamento por bicicleta, oferece uma alternativa de deslocamento individual, ajuda a reduzir aglomeração no transporte público e consequentemente a disseminação do vírus. A utilização de vagas de estacionamento por bares e restaurantes pode tornar mais seguro o retorno das atividades econômicas do setor. Já a restrição de circulação de automóveis em vias com fluxo intenso de pedestres, além de permitir o deslocamento seguro dessas pessoas, contribui para melhorar a qualidade do ar e reduzir ruídos.

Após implantadas, as novas infraestruturas devem ser monitoradas para permitir ajustes finos e viabilizar a remodelação permanente do espaço urbano, construindo cidades mais resilientes, menos poluídas e que estimulem a mobilidade sustentável.

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