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Quais são os desafios de gênero, raça e renda na mobilidade?

Boletim #8 aborda a importância de avançar em políticas públicas que garantam o direito social ao transporte e que incluam as mulheres e as suas interseccionalidades

Os sistemas de transportes tal qual conhecemos reproduzem as desigualdades de gênero, raça e renda existentes em nossa sociedade. Seja por meio da caminhada, do uso da bicicleta ou do transporte público, o fato é que a forma como os deslocamentos são realizados não se adequam às necessidades das mulheres, especialmente as pobres, pretas e pardas.

Em sua maioria, os trajetos são planejados para movimentos de casa para o trabalho nos grandes centros urbanos e dentro dos horários de maior movimentação. Mas a realidade é que esse modelo foge da experiência vivenciada pelas mulheres diariamente, que em vista do modelo patriarcal da sociedade, desempenham múltiplas tarefas e precisam realizar viagens diversas em horários fora do pico para dar conta de tarefas domésticas, atividades com os filhos, atribuições do trabalho, entre outras.

A falta de instrumentos responsivos às questões de gênero é ainda mais delicada quando consideramos que as mulheres diferem entre si. As mais pobres e negras são as que mais sofrem com a falta de políticas de mobilidade que considerem a necessidade de viagens fora do padrão, pois além de residirem mais longe das estações de transporte público e da infraestrutura para bicicleta, ficam também mais vulneráveis aos riscos da violência e da exclusão social.

Com o objetivo de colaborar para este debate e auxiliar gestores públicos no desafio de tornar as nossas cidades mais justas, o Boletim #8 da série MobiliDADOS em foco apresenta os desafios das experiências determinadas pelo sexo, raça e a renda nos deslocamentos urbanos. 

Na maior parte das capitais estaduais e nas regiões metropolitanas monitoradas pelo ITDP Brasil na plataforma MobiliDADOS, apenas uma pequena parcela da população reside próxima à infraestrutura cicloviária ou aos transportes de média e alta capacidade. Uma em cada três capitais estaduais, incluindo o Distrito Federal, têm mais de 90% dos seus habitantes morando longe de uma ciclovia ou ciclofaixa. Esse também é o percentual de residentes que moram distantes de uma estação de transporte de média e alta capacidade em metade das regiões metropolitanas estudadas.

Quando adicionamos à análise a interseccionalidade entre gênero e raça e gênero e renda, as coberturas se revelam, em geral, menores para as mulheres negras e mulheres com renda de até um salário mínimo.

As capitais do Sul e Sudeste, com exceção de Vitória e Belo Horizonte, mostram as maiores diferenças de cobertura da infraestrutura cicloviária entre a população total e a população de mulheres negras. As regiões metropolitanas de Curitiba, São Paulo e Rio de Janeiro apresentam as maiores diferenças de cobertura entre a população geral e a população de mulheres negras. Curitiba e Rio têm também a maior diferença de cobertura para mulheres com renda de até um salário mínimo. 

Além de apresentar o panorama estrutural dos desafios de acesso para as brasileiras e as desigualdades existentes entre elas, o boletim elenca cinco aspectos fundamentais que devem ser observados no planejamento de ações responsivas ao tema. A promoção da diversidade no corpo técnico e nos cargos de tomada de decisão, a produção de dados com recortes interseccionados entre gênero, raça e renda, e o monitoramento da redução das desigualdades são algumas medidas sugeridas. 

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