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Boletim #7 apresenta desafios e propostas para facilitar o acesso aos estabelecimentos de educação

Foto: Prefeitura de Fortaleza

Neste ano, a transição forçada para o ensino à distância escancarou as limitações do acesso à educação no Brasil. Em um país em que apenas um em cada quatro brasileiros não usa internet e muitos fazem o uso pelo celular, a possibilidade de acompanhar ensino remoto ainda é uma realidade distante para grande parte da população. Nesse cenário, a localização e a facilidade de acesso às escolas continuará tendo papel fundamental nos padrões de deslocamentos nas cidades brasileiras.

Com o objetivo de colaborar para este debate e auxiliar gestores no desafio de melhorar o acesso aos equipamentos de educação, o Boletim #7 MobiliDADOS Em Foco apresenta uma análise de acesso às escolas públicas de ensino infantil e fundamental a pé e por bicicleta nas 20 maiores cidades brasileiras. Os dados explorados foram extraídos do Projeto Acesso a Oportunidades liderado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada em colaboração com o ITDP, e podem ser acessados na MobiliDADOS.

A análise focada nos transportes ativos justifica-se por serem os principais modos de deslocamento para as escolas, além de merecerem atenção especial neste momento em que é necessário garantir a mobilidade e minimizar a exposição aos riscos sanitários. A caminhada e o uso da bicicleta também são recomendados pela Organização Mundial da Saúde para reduzir riscos de diversas doenças cardiovasculares, diabetes, e muitas outras ligadas à obesidade e inatividade. 

Principais resultados

Os resultados das cidades analisadas mostram que 35% das crianças entre 0 e 5 anos – e respectivos cuidadores – precisam caminhar por mais de 15 minutos para chegar até uma creche ou pré-escola. Além de afetar a vida dos pequenos, as dificuldades para acessar os equipamentos de educação também têm impactos diretos na vida profissional e pessoal de seus cuidadores. Levar e buscar os filhos, enteados, sobrinhos, netos nas escolas em dias úteis obriga muitas mulheres a não trabalhar para cuidar de bebês, buscar empregos de tempo parcial ou ter que contar com rede de apoio pessoal próxima de casa. 

A situação é ainda mais delicada para mulheres de baixa renda e as que não podem contar com rede de apoio. Nas cidades de Porto Alegre, São Luís, Maceió, São Gonçalo, Belo Horizonte e Brasília, metade das crianças de 0 a 5 anos, e seus cuidadores, precisam caminhar mais de 15 minutos para chegar em uma escola pública. 

Clique aqui para acessar os mapas.

Já para os que têm idade entre 6 e 14 anos, os dados mostram que 19% deles não conseguem acessar a escola no mesmo período de tempo. Esse panorama é mais crítico em cidades como Brasília, Campinas, Campo Grande, Goiânia e São Luís.

A falta de acesso a essas escolas públicas e de políticas sociais que dê suporte à maternidade potencializam a vulnerabilidade social já existente e comprometem a capacidade de apoiar o desenvolvimento das crianças. 

Clique aqui para acessar os mapas.

O potencial da bicicleta

Para facilitar o acesso às escolas é necessário investir em segurança com redução de velocidade nas vias, educação e fiscalização no trânsito. O investimento em mais infraestrutura para ciclistas também é um potencial a ser explorado. O Boletim evidencia que utilizar a bicicleta para levar as crianças de 0 a 5 anos às escolas pode diminuir o tempo de deslocamento em até 94% nas cidades analisadas.

Bernardo Serra, gerente de políticas públicas do ITDP, lembra que a inclusão das bicicletas aumenta também a possibilidade de escolha quanto ao local onde a criança pode estudar. “Na prática, as crianças de 0 a 5 anos conseguem acessar em média uma escola de ensino infantil por caminhada em 15 minutos. Nesse mesmo tempo, elas poderiam chegar até 9 escolas se estivessem acompanhadas de um cuidador pedalando uma bicicleta”, ressalta.

Além de apresentar o panorama do acesso às escolas e os desafios para o uso da caminhada e da bicicleta, o boletim mostra as formas para enfrentar os problemas nas cidades considerando as atribuições dos gestores municipais. A publicação também enumera algumas prioridades e apresenta boas práticas buscando criar uma agenda positiva para que os gestores municipais eleitos recentemente implementem ações que tornem as cidades mais resilientes promovendo o acesso às oportunidades.

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