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Tainá de Paula

Conselho Tainá de Paula Arquiteta e urbanista, ativista das lutas urbanas, especialista em Patrimônio Cultural pela Fundação Oswaldo Cruz e Meste em Urbanismo pela Universidade Federal do Rio de Janeiro. Atuou em diversos projetos de urbanização e habitação popular, realizando assistência técnica para movimentos de luta pela moradia como União de Moradia Popular (UMP) e Movimento dos Trabalhadores sem Teto (MTST). Hoje presta assistência para o movimento Bairro a Bairro, onde atua como arquiteta e como mobilizadora comunitária em áreas periféricas. É membro da Comissão de Gênero do CAU-RJ e atualmente  é Coordenadora Regional do Projeto Brasil Cidades. É Conselheira do Centro de Defesa e Direitos Humanos Fundação Bento Rubião e da ONG Rede Nami. Representante do Brasil no Fórum Mundial no Fórum 2030 do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento na Tunísia, realizado em abril de 2019

Conselho

Hamilton França Helena Orenstein Henrique Silveira José Lobo Marilene de Paula Mauro Calliari Meli Malatesta Miriam Danowski Sérgio Besserman Tainá de Paula Wagner Colombini

“Um futuro climaticamente seguro precisa ter igualdade”, diz Andreia Coutinho Louback

Qual é o papel de negros e negras nas discussões sobre o impacto ambiental da mobilidade? Ainda pouco abordado, o tema é o principal assunto da entrevista da jornalista Andreia Coutinho Louback para a série A Cor da Mobilidade. Andreia é mestre em relações étnico-raciais e trabalha no Instituto Alana como coordenadora de comunicação e mobilização no eixo de justiça climática do programa Prioridade Absoluta. O papel central da mobilidade na aproximação de Andreia com a questão ambiental e conceitos como justiça climática são alguns dos tópicos abordados pela jornalista na conversa. Para ela, a experiência de pretos e pardos nas grandes cidades brasileiras é invisibilizada no debate sobre políticas ligadas ao meio ambiente. Por outro lado, Andreia vê o impacto das enchentes em favelas e outras comunidades majoritariamente negras como manifestações claras de que esta população se encontra hoje mais sujeita às transformações do planeta. “É um assunto que eles foram forçados a entender antes mesmo de surgir a teoria”, diz ela. Para Andreia, ter mais negros no debate sobre formas mais limpas de mobilidade não torna apenas a discussão mais plural. Ela vê o aumento da representatividade como um caminho para que parcelas cada vez maiores da população possam fazer escolhas melhores para o meio ambiente. “Se a perspectiva racial não nortear o que chamamos de cidades inteligentes e sustentáveis, não iremos muito longe”, resume a jornalista. Qual é sua formação e que tipo de trabalho você desenvolve hoje? Sou formada em jornalismo e tenho mestrado em relações étnico-raciais pelo Cefet, com especialização em gênero, raça e comunicação. Depois do mestrado, trabalhei no Instituto Clima e Sociedade (iCS) como coordenadora de comunicação e, nesse percurso, me interessei pelas discussões sobre justiça climática, tema que sempre tratei com um olhar interseccional. Aos poucos, fui me aprofundando no assunto e, recentemente, comecei a trabalhar no Instituto Alana, na coordenação de comunicação e mobilização da área de justiça climática e socioambiental do programa Prioridade Absoluta.  O que está em discussão quando se fala em justiça climática? Em geral, os direitos urbanos dos moradores. Um futuro climaticamente seguro precisa ter igualdade. Não prejudicar os mais vulneráveis às mudanças deve ser um princípio, assim como garantir a participação deles nos debates sobre os rumos do planeta. Nesse sentido, o objetivo da justiça climática é amplificar vozes e propor soluções. Quando se observa a situação da população negra, a gente percebe que nós não somos apenas vulneráveis, mas também invisibilizados. Aqui no Brasil, ainda não temos um conceito definido de justiça climática. Já no exterior, falar disso é discutir como salvaguardar as populações mais vulneráveis frente às mudanças do clima, como evitar mortes e trazer estas pessoas para o debate. Se a gente pensa nas enchentes, entende que este cenário já é uma realidade para muitos negros no Brasil. É um assunto que eles foram forçados a entender antes mesmo de surgir a teoria. Nós já temos uma vivência diferenciada dos impactos das mudanças do clima por parte de alguns grupos. Nas enchentes de abril de 2019 no Rio, vários corpos soterrados eram negros, por exemplo. E como a sua vivência se relaciona com a questão da mobilidade? Assim que comecei a trabalhar no iCS, a mobilidade urbana foi meu primeiro ponto de identificação com a agenda ambiental. Morei em São Gonçalo e estudei na PUC, na Gávea, na Zona Sul do Rio. Depender do transporte público para cruzar a cidade era uma experiência latente em mim, embora nunca a tivesse problematizado fortemente. Fiz também um intercâmbio durante a faculdade, em 2013, no qual pude vivenciar uma outra relação com transporte público e temas como a mobilidade ativa, depois de uma vida distante dos locais de estudo e de trabalho. Para mim, foi um processo que trouxe muitas contradições à tona. Depois de formada, já trabalhando, lembro de acompanhar uma vez um evento sobre mobilidade no Museu do Amanhã. As palestras foram até as 22h e, quando terminaram, eu peguei um trem para Campo Grande, enquanto os especialistas voltaram de carro para casa. Digo isso sem fazer nenhum juízo de valor e sim pela reflexão que a situação me provocou. Quem usava o transporte público não estava participando do debate. Enfim, eu tenho uma relação muito forte com essa questão de mobilidade porque sempre fui muito dependente do transporte público. Com o tempo, você passa a entender a cidade a partir de um olhar diferente. Por tudo isso, sou alguém que defende muito um transporte público de mais qualidade, com menos assédio e um serviço melhor. Como o intercâmbio ajudou a moldar seu olhar neste sentido? Passei 2 meses em Londres durante o intercâmbio. Lá, eu morava perto de onde estudava e lembro que uma das coisas que me chamou muita atenção foi o fato dos ônibus chegarem ao ponto no horário certo. Poder confiar neles nesse sentido me impactou bastante. Outro ponto que me impressionou muito foi a grande malha de metrô, com estações bem distribuídas. Eu me sentia segura, bem atendida e sabia que podia contar com o transporte no horário previsto. Não gosto de comparar o que vivi lá com o que existe aqui por se tratarem de realidades diferentes. Na França, vi um sistema parecido com o da Inglaterra, embora menos organizado. E como você vê a relação entre racismo e mobilidade no Brasil? Tenho muitas imagens e vivências sobre isso na minha memória. Quando você cruza mobilidade cotidiana, com segregação urbana e exclusão social, o resultado é o racismo nos deslocamentos. As aulas na PUC começavam às 7h. Para chegar lá no horário, eu precisava acordar às 4h e pegar o ônibus em São Gonçalo às 4h45 para estar em Botafogo por volta de 6h30 e chegar na PUC a tempo. Um dia, uma amiga falou “nossa, tive hoje uma manhã produtiva: fiz ioga, pedalei e corri antes de vir para aula”. Foi um choque perceber o abismo entre a realidade matinal dela e a minha. Na melhor das hipóteses, eu dormia no ônibus e só. Para mim,

“O racismo adoece e mata”, diz Jô Pereira, diretora geral da Ciclocidade

O racismo adoece e mata. O alerta é de Jô Pereira, artista cênica e diretora geral da Associação de Ciclistas Urbanos de São Paulo (Ciclocidade). Na entrevista para série A Cor da Mobilidade, a ativista mostra como as consequências do racismo estrutural – como a hiperssexualização do corpo negro e a configuração excludente das grandes cidades brasileiras – se traduzem para pretos e pardos no Brasil em situações cotidianas de assédio e menor poder de decisão em relação ao planejamento do transporte público, entre diversos outros problemas. Jô acredita que essas construções sociais estão a serviço da manutenção do preconceito, aponta os caminhos para superação deste problema e fala dos desafios que se apresentam a quem se dispõe a mudar este cenário. Há quanto tempo você atua na área de mobilidade? Trabalho com projetos relacionados à mobilidade já há alguns anos. Sou artista cênica, formada em educação física e tenho pós-graduação em arte integrativa, área que atua na saúde, educação e na Arte. Foi essa formação que me levou a desenvolver projetos como o Mapa Afetivo da Mobilidade, que relaciona a Mobilidade Ativa – caraterizada pelo andar a pé, de bike, skate, patins ou patinete – e os afetos que ela pode proporcionar na relação com o bairro e a cidade nos lugares de passagem. Atuo também como diretora fundadora do Pedal na Quebrada, iniciativa que ensina crianças, jovens e mulheres negras e não-negras de periferia a pedalar e ocupar o espaço público, além de transmitir noções básicas da mecânica das bicicletas. A ideia é por, meio disso, permitir discussões sobre o direito à cidade, violência doméstica, mercado de trabalho e outros temas que surgem nas oficinas. No fim, o projeto se torna uma ferramenta para discutirmos cidadania a partir do uso da bicicleta. Além disso, entrei no Ciclocidade como voluntária em 2017 e atuei como diretora geral da Associação de Ciclistas Urbanos de São Paulo (Ciclocidade) no último biênio e fui reeleito para exercer o cargo até 2022. Neste período, fizemos um trabalho de incidência política em relação à infraestrutura de mobilidade paulistana e muita pesquisa sobre esta área na cidade também. A Auditoria Cidadã foi um projeto desenvolvido com 50 ciclistas das 5 regiões da São Paulo, que mapearam toda infraestrutura cicloviária da cidade. Essas informações respaldaram as audiências públicas para construção do Plano Cicloviário. E como a questão do racismo está presente no seu trabalho hoje? Minha militância sempre foi forte no feminismo negro e, naturalmente, levei este assunto para minha atuação no cicloativismo. Território, gênero e etnia são temas que eu sempre levo para essas discussões. Existe um discurso estabelecido que gera a exclusão da maioria e se traduz na configuração dos territórios, na forma de áreas pobres afastadas dos centros e zonas de exclusão dos direitos humanos em partes centrais das cidades. Mas, como afirma a arquiteta e urbanista Tainá de Paula, as periferias são a centralidade, não o Centro Expandido. Enquanto a gente não repensar a mobilidade para atender as maiorias, ela ainda será um privilégio. Mobilidade ainda é um setor pensado por homens brancos, que não andam de transporte público no dia a dia. Nós, negros, precisamos influenciar nessas áreas em que fomos tolhidos de estar. A importância de ocuparmos estes espaços de decisão é defendida não só por mim, mas também por pensadoras como Angela Davis. E isso se aplica não só na mobilidade urbana, mas nas zonas rurais perto das cidades, onde também falta bons serviços, vias e calçadas adequadas e outros direitos. Você tem um trabalho especificamente voltado para ensinar mulheres negras de periferia a andar de bicicleta. Por que tantas delas não sabem pedalar? No livro “Meninos e Meninas aprendendo sobre masculinidades”, a autora Carrie Paechter divide os brinquedos em duas categorias. Os dinâmicos, destinados em geral aos meninos, e os estáticos, reservados às meninas. Socialmente, as mulheres são orientadas desde pequenas a ficar em espaços seguros, com proteção. As meninas são incentivadas a cuidar da vida doméstica. Sendo assim, a bicicleta não é vista como brincadeira de menina, por ser algo perigoso. Na população mais pobre, a menina é quem cuida da casa quando os pais saem para trabalhar e sua brincadeira fica restrita ao cuidado. Elas assumem responsabilidades muito cedo. Na adolescência, muitas mulheres negras periféricas engravidam. No fim, a criança cresce e não aprende a pedalar, a ponto de achar que aquilo “nem faz falta” em sua vida. Além disso, o percentual de negros na base da pirâmide social é muito grande e, para muitos, ter uma bicicleta é algo oneroso. Então, é uma série de fatores que leva a essa situação. Na nossa sociedade, a mulher negra é vista como a outra do outro, como diz a Grada Kilomba. Além do racismo, o sexismo também limita seu acesso a todos os seus direitos. Como se dá a aproximação delas nas oficinas do projeto? Eu sempre começo perguntando se elas gostariam de aprender a pedalar. A maioria responde que sim e apresenta todas essas razões que citei para não ter aprendido ainda. Logo, quando há oportunidade, há interesse. Infelizmente, o segmento negro e feminino da população ainda é aquele que mais sofre violências sociais, emocionais, físicas e de outros tipos. Quando comecei a desenvolver o projeto, minha intenção era ocupar um espaço que sempre foi negado pela sociedade. Mostrar que estas mulheres são pessoas com direitos e desejos. É um movimento que dialoga muito com a ideia da Djamila Ribeiro de lugar de fala em construção. Em que outras frentes da mobilidade você enxerga os efeitos do racismo? Dei aula em uma universidade durante 8 anos. Na primeira semana, era sempre vetada na entrada de professores pelo mesmo segurança. Ele nunca me perguntava se eu era professora. Até que, num determinado momento, ele, que era negro, foi extremamente grosseiro comigo. Quando soube do engano, disse que eu não havia informado que era professora. Eu respondi que ele nunca havia me perguntado. Somos sempre julgados e subestimados, mesmo com a melhor roupa. O racismo estrutural faz

ITDP participa do Lemann Dialogue

Clarisse Linke, diretora-executiva do ITDP Brasil, foi uma das convidadas para o painel sobre Cidades Sustentáveis da conferência Lemann Dialogue 2015 promovido pela Universidade de Columbia, em NY, EUA, que aconteceu nos dias 19 e 20 de novembro de 2015. Programação completa do dia 20: DAY 2–9am – KeynoteMarina Silva Rede Sustentabilidade (REDE) 9:30am – PANEL 6: GOVERNING SUSTAINABLE CITIESUrban Development and City Management Frances Hagopian (Moderator) Lemann Associate Professor for Brazil Studies, Harvard UniversityRodrigo Rosa Chairman, C40 Cities Climate Leadership GroupRohit T. Aggarwala Adjunct Professor, Columbia University – School of International and Public Affairs (SIPA)William B. Eimicke Professor of Professional Practice, Columbia University – School of International and PublicAffairs (SIPA)Eduarda La Roque President, Cariocas em Ação 10:45am – PANEL 7: GOVERNING SUSTAINABLE CITIESCoordinating the Flow: Addressing the Challenges of Urbanization Guga Chacra (Moderator) Correspondent, Globo NewsClarisse Linke Director, Institute for Transportation and Development Policy (ITDP) – BrasilCiro Biderman Chief of Staff, SPTransLuciana Nery Resilience Manager, Rio Resiliente 12pm – Inauguration of the Columbia University Lemann Center for Brazilian StudiesProvost John Coatsworth and Jorge Paulo Lemann 1:15pm – Facilitated Conversation 2: Global Perspectives: The Centrality of Teachers and TeachingMartin Carnoy (Moderator) Vida Jacks Professor of Education, Stanford UniversityClaudia Costin Senior Director for Global Education, World BankSusan Fuhrman President of Teachers College, Columbia UniversityChico Soares (to be confirmed) President, Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP) 2:15pm – PANEL 7: TRANSFORMING PUBLIC EDUCATIONInnovating in Policy Making for Education Henry M. Levin (Moderator) Professor of Education, Teachers College, Columbia UniversityMartin Carnoy Vida Jacks Professor of Education, Stanford UniversityThomas Kane Walter H. Gale Professor of Education, Harvard University Graduate School of EducationManuel Palacios (to be confirmed) Secretary, Secretaria de Educação Básica, Ministério da Educação (MEC)Mary Paula Arends-Kuenning Associate Professor, University of Illinois Urbana-Champaign 3:45pm – PANEL 8: TRANSFORMING PUBLIC EDUCATIONCurrent Trends and the Future of Learning Denis Mizne (Moderator) CEO, Fundação LemannPaulo Blikstein Assistant Professor, Stanford UniversityRossieli Soares da Silva Secretary, Secretaria de Educação do AmazonasFernanda Rosa Research Scholar, Columbia University-Center for Brazilian StudiesEric Bettinger Associate Professor, Stanford University 5pm – PRESENTATION Management Innovation: SEEDUC Case StudyDaniella Diniz (Moderator) Program Manager, Columbia Global Centers |Latin America (Rio de Janeiro)Antoine Lousão Deputy Secretary, Secretaria do Estado de Educação do Rio de Janeiro (SEEDUC)Antonio Neto Secretary, Secretaria de Educação do Estado do Rio de Janeiro (SEEDUC) 5:30pm – Keynote: Aloízio Mercadante (to be confirmed) Minister, Ministério da Educação

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