Desde 2015, o ITDP vem trabalhando na construção de indicadores que permitem mensurar as desigualdades na cobertura da oferta do transporte sustentável e do acesso aos serviços públicos com o objetivo de monitorar e analisar a efetividade da Política Nacional de Mobilidade Urbana. Dois desses indicadores são o PNT (sigla em inglês para People Near Transit), que avalia o percentual de pessoas que moram próximas às estações de transporte de média e alta capacidade, como metrô, trem, BRT e VLT, e o PNB (sigla em inglês para People Near Bike lanes), que mensura o percentual da população que mora perto de uma infraestrutura cicloviária, como ciclovia e ciclofaixa.
Para analisar a pertinência dos recortes de sexo, raça/cor e renda utilizados até então nos resultados desgregados desses indicadores, o ITDP lança o estudo Sensibilidade de variáveis sociodemográficas na mobilidade urbana, em parceria com a Multiplicidade Mobilidade Urbana. O material analisa como o perfil das pessoas residentes no entorno de uma infraestrutura cicloviária é diferente do perfil de moradores de outros locais da cidade, de todas capitais brasileiras com exceção do Distrito Federal e Vitória.
O estudo destaca que há menos pessoas negras e pessoas com renda de até um salário mínimo morando no entorno de ciclovias e ciclofaixas do que o percentual dessas pessoas na totalidade da cidade. Esse resultado permite avançar no entendimento da raça/cor como o principal fator que amplia ou limita o acesso das pessoas à cidade e todas as suas oportunidades. “É importante trazer essa sensibilidade para sairmos do achismo e apontar as variáveis que mostram como a mobilidade urbana funciona no Brasil” comenta Glaucia.
A análise foi lançada via webinar com participação de Letícia Bortolon, Gerente de Políticas Públicas do ITDP, e Glaucia Pereira, Fundadora e pesquisadora da Multiplicidade Mobilidade Urbana. No evento, as especialistas apresentaram os detalhes do processo de construção da pesquisa e os principais resultados encontrados. Assista na íntegra:
