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O BikeBrasília começou a operar em junho de 2014 e contava com 29 estações na data de realização deste estudo (junho de 2015). Em março de 2016 o sistema foi ampliado de acordo com o que havia sido estabelecido pelo termo de cooperação e chegou a 40 estações.
O Termo de Cooperação estabelecido entre o Governo do Distrito Federal, através da Secretaria de Governo e supervisão da Secretaria de Transportes (atual Secretaria de Estado da Mobilidade) e a operadora (Serttel/Samba) prevê a “implantação, operação e manutenção, em caráter experimental, de sistema de bicicletas compartilhadas” pelo prazo de 24 meses.
Em junho de 2015 o sistema contava com 50.192 usuários cadastrados e uma média de 1025 viagens por dia. O horário de funcionamento é das 6h às 00h (com devolução permitida 24 horas por dia). A franquia de tempo (viagem sem custo adicional) é de 1h. O sistema do Distrito Federal possui apenas um tipo de passe: R$ 10 por mês. O Termo de Cooperação não prevê o detalhamento nem periodicidade de informações em relatórios enviados pela operadora aos órgãos governamentais.
O BikeBrasília pela Rodas da Paz *
A promoção do uso da bicicleta como meio de transporte através do sistema de bicicletas compartilhadas é uma medida muito positiva. Rodas da Paz promove discussões constantes com a comunidade e recebe sempre sugestões e recomendações dos usuários. Algumas são sistematizadas aqui:
1) A maior parte das estações encontra-se na área central da cidade, onde não foi realizado tratamento cicloviário para oferecer caminhos simples entre os principais pólos de atração (setor comercial, bancário, de autarquias, de diversões e hoteleiro, norte e sul). Por isso, é necessário um esforço maior do poder público de sinalização das vias ao redor das estações e de educação, alertando motoristas de que há, naquela área, maior trânsito de bicicleta. Medidas de moderação de tráfego, como a redução dos limites de velocidade, instalação de lombo faixas, entre outros, e o planejamento da continuidade da malha cicloviária, tornariam a experiência de quem está começando mais atrativa e duradoura e permitiriam o maior uso do sistema como alternativa de mobilidade. As próprias bicicletas poderiam conter mensagens educativas visíveis aos motoristas (“proteja o ciclista”, “dê a preferência”, “mantenha a distância de 1,5m”, por exemplo).
2) Visibilidade das estações: Muitas muitas vezes, uma pessoa sem acesso à internet pode demorar para encontrar uma estação. Nesses casos, é interessante criar sinais de orientação nas proximidades indicando a direção delas (além de ajudar o usuário comum, isso pode despertar a curiosidade e atrair novos usuários).
3) É fundamental a maior participação dos usuários do sistema e de outros grupos, que, no governo anterior, ficou comprometida. Para a instalação de novas estações, recomendou-se, em 2014, a definição de critérios que atendam locais de maior fluxo de pessoas e interligados aos transportes públicos. As sugestões durante o Encontro aberto para discutir as sugestões para as novas estações e resposta do GDF visavam ampliar as opções de deslocamento em grande parte do plano piloto, ao longo das asas norte e sul, permitindo rotas ao centro além do eixo central (mais turístico). Foram propostas estações estrategicamente nas estações de metrô (que já planeja lançar seu sistema de bicicletas compartilhadas), próximo a estabelecimentos de ensino, bares e restaurante, assim como a ligação com a UNB e outras universidades, como os próprios diretórios estudantis vêm demandando atualmente.
4) O aplicativo poderia oferecer a possibilidade de que o usuário faça uma pequena avaliação de sua experiência após a devolução de uma bicicleta, a exemplo de sistemas análogos.
5) Pode ser feita a integração do sistema ao transporte público por meio de um cartão único, e, principalmente, a implantação de sistema em outras Regiões Administrativas (de modo que sejam compatíveis e integrados mesmo que administrados por empresas diferentes). Embora tenha sido anunciado que já estava prevista a implantação do mesmo sistema nas cidades de Ceilândia e Samambaia, não houve empresas interessadas, nem foi proposta alternativa pelo GDF.
O sistema de bicicletas compartilhadas em Brasília foi muito bem recebido pela população já em seu uso experimental e são muitas as expectativas de ampliação da oferta de estações. A ampliação do serviço, aliadas às demais medidas citadas aqui, tem o potencial de expandir ainda mais o uso cotidiano da bicicleta no DF, atraindo cada vez mais pessoas.
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* A ONG Rodas da Paz foi instituída em 2003 com o objetivo de reagir à violência e ao crescente número de acidentes e mortes no trânsito do Distrito Federal. Desde então, trabalha com a promoção da mobilidade sustentável, plural e pacífica, como direito de todo cidadão. A organização busca incidir sobre a realidade da mobilidade urbana por meio da sensibilização e mobilização cidadã, do controle social e da influência sobre políticas públicas.
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