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As cidades somos nós – Desenhando a mobilidade do futuro

 

O Programa “As Cidades Somos Nós” (do título original em inglês “Our Cities Ourselves”) foi lançado em junho de 2010 em Nova York com objetivo de fortalecer o trabalho do ITDP na promoção do transporte sustentável, principalmente fora dos círculos especializados. Os projetos combinam pensamento visionário com soluções pragmáticas e buscam inspirar planejadores urbanos, especialistas em transporte, arquitetos, construtores e representantes de entidades governamentais, para uma reflexão sobre o papel crítico da mobilidade para o desenvolvimento urbano sustentável.Em 2011, a exposição “As Cidades Somos Nós – Desenhando a mobilidade do futuro” foi realizada pelo ITDP Brasil no Rio de Janeiro, apresentando projetos com propostas de visões urbanas para 2030 sobre dez cidades ao redor do mundo. A exposição aconteceu simultaneamente na Cidade do México e a segunda fase em dezembro do mesmo ano em Hong Kong.

Walter Hook, diretor do ITDP na época, chamava a atenção para o fato de que até 2030, 60% da população mundial viverá nas cidades e que precisarão de amplas transformações para lidar com este novo fluxo de pessoas. “Ajudar a imaginar como seriam as nossas cidades e ruas projetadas para as necessidades das pessoas, e não dos automóveis é o grande desafio da exposição”, afirmou Hook. Sistemas sustentáveis de transporte permitem que todos os elementos da vida urbana como habitação, desenvolvimento econômico e espaços público, atendam às necessidades de populações, sem aumentar o aquecimento global”, finaliza.

A exposição ‘As Cidades Somos Nós’ sugere uma alternativa mais aprazível, propondo benefícios à nossa vida e ao meio ambiente através de soluções para o transporte público de qualidade, ciclovias, boas calçadas e praças. Assim, as cidades poderão se tornar mais humanas, seguras, divertidas, e ao mesmo tempo, diminuir o aquecimento global, já que 25% das emissões de gases do efeito estufa vêm do transporte, comentou Helena Orenstein de Almeida, diretora do ITDP Brasil em 2011.

 

Conhecido por suas belas praias e sua vivacidade, o Rio de Janeiro é igualmente conhecido por suas favelas e assentamentos ilegais, que geram uma série de desafios de infraestrutura e segurança ao poder público. Estas questões constituem-se como o pano de fundo dos problemas de transporte em uma cidade que busca superar sua segregação urbana.

Atualmente, preocupados com sua segurança e a precariedade dos meios de locomoção, muitos cidadãos optam por Shoppings Centers, condomínios fechados e carros, tendo consequentemente efeito negativo na vida dos espaços públicos e principalmente no centro histórico da cidade.

Local: Trata-se dos arredores da Estação da Central do Brasil, construída no estilo art deco em 1943. O acesso à Central por pedestres é difícil e a área é ofuscada por prédios industriais abandonados, tendo como parte do cenário a favela mais antiga da cidade:o morro da Providência.

Proposta: Criar uma via para pedestres da Estação ao novo elevador que conectará as pessoas ao Morro da Providência. Permitir o acesso ao comércio, impedido pelo paredão de pedra. Transformar a extensa e congestionada Avendia Presidente Vargas em uma avenida larga com BRT, ciclovias e maior arborização. Reconstruir em locais abandonados e vazios e construir cobertura sobre a principal via de pedestres para criar sombra.

Buenos Aires é a maior cidade da Argentina, com quase um terço da população total do país. Seu sistema de metrô, conhecido como subté e inaugurado em 1913, foi o primeiro do Hemisfério Sul. Apesar do sistema público de transporte ser bem desenvolvido, o uso do carro continua crescendo e, com ele, o congestionamento.

Local: La Boca, lugar do antigo porto, é atualmente ocupado por moradores de rua. As docas estão abandonadas e um viaduto de oito andares corta o local.

Proposta: Criar uma orla amigável aos pedestres, dando acesso a bares, cafés e clubes de tango. Construir passeio público com ciclovia, espaços públicos de ambos os lados do rio, conexão com linha de BRT, taxis hidroviários e ponte para bicicleta e pedestres. Transformar a antiga linha de frete em um boulevard para ciclistas e pedestres com novas moradias e comércio.

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Budapeste é o único exemplo dentre as dez cidades da exposição cuja população não está crescendo. Contudo, suas avenidas e seu sistema ferroviário estão deteriorados e o aumento do número de carros levou às conseqüências clássicas de tráfego intenso, ruas perigosas e espaço públicos degradados.

Local: Ancoradouro da Ponte Elisabeth e a margem Oeste do rio Danúbio. Uma importante ponte, que canaliza o tráfego para o centro, está atualmente muito congestionada e interrompe a conexão da cidade com a orla.

Proposta: Valorizar o Danúbio e restaurar o acesso direto da população à orla, introdução de bondes na ponte, reduzir radicalmente o número de vias dominadas por carros e transformar em túnel a rua que margeia o rio.

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ahmedabadAhmedabad fica ao norte de Mumbai e é a sétima maior cidade da Índia. Um importante centro industrial, seu destino é definitivamente o crescimento. Apesar de já ter sido uma cidade de pedestres e ciclistas, as ruas de Ahmedabad hoje são dominadas por motos e carros. Além de degradar o espaço público, isso torna as ruas desconfortáveis e perigosas para pedestres e ciclistas.

Local: Jamalpur, ao sul da parte histórica da cidade, atualmente um lugar de motos, carros e veículos motorizados. Há ainda um largo espaço vazio, pronto para ser utilizado.

Proposta: Instalação de uma linha de BRT que ligue o local ao resto da cidade, ruas favoráveis ao uso da bicicleta que levam à orla e a utilização mista do solo disponível.

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NYcNova York cresceu em torno de seu sistema de metrô e trens suburbanos — o maior sistema de transporte urbano sobre trilhos do mundo. No entanto, durante o século XX, a cidade foi continuamente reformada para acomodar carros. Com o avanço do século XXI, porém, líderes de Nova York e organizações sociais estão trabalhando ativamente para reverter aquele processo e reduzir a dominância dos automóveis sobre o espaço público.

Desde a implementação do PlaNYC — plano de sustentabilidade da cidade — muitas ruas, incluindo a Broadway, foram fechadas aos carros, centenas de ciclovias foram construídas e o uso de bicicleta triplicou. A cidade também implantou o Select Bus Service, que integra algumas das principais características do BRT, como o pagamento anterior ao embarque, às muitas linhas de ônibus.

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Local: O local de estudo, na chegada da ponte do Brooklyn a Lower Manhattan, é atualmente uma terra de ninguém, com inúmeras rampas de acesso e estacionamentos para automóveis. As ruas em seu entorno, curtas e estreitas, são ideais para deslocamentos a pé e de bicicleta. Embora a ponte do Brooklyn tenha sido quase exclusivamente usada por transporte público quando inaugurada, atualmente apenas veículos particulares são permitidos em suas faixas de rolamento. A superlotada promenade da ponte, usada por mais de 4.000 pedestres e 2.600 ciclistas diariamente, aguarda novas soluções.

Proposta: As imagens mostram um Lower Manhattan inteiramente novo, priorizando as pessoas e integrando os vários tipos de transporte. Os ciclistas deixam de trafegar na promenade e ganham uma faixa em cada sentido na ponte. O elevado FDR Drive é inteiramente demolido e substituído por um boulevard com ciclovias e BRT. A estrutura da ponte é aberta a novas lojas e cafés e oferece amplo acesso à promenade acima. Várias ruas locais passam a ser exclusivas a pedestres ou compartilhadas com veículos de baixa velocidade. Lower Manhattan se torna uma zona verde, com tarifas para o acesso de veículos e restrito a apenas automóveis e caminhões ultra-limpos. Mercadorias são entregues de barca em um terminal de transferência. Muitas ruas, edifícios e a orla incorporam agricultura urbana ou aquicultura. A era de isolamento e domínio dos carros termina.
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guangzhouGuangzhou, a capital da Província de Guangdong, tem o dobro da população de Hong Kong e é a maior cidade do Delta Pearl River, a aglomeração urbana mais populosa do mundo. Depois de três décadas de rápida modernização, estes ambientes antes agradáveis aos pedestres estão cada vez mais sob ameaça de um crescente número de carros e infraestrutura a eles associada.

Local: Distrito de Liwan, englobando a avenida elevada Renmin Road, próxima ao rio. Os desafios e oportunidades do local são representativos de outros tantos locais da cidade.

Proposta: Preservar e melhorar a vitalidade da área ao transformar a avenida em um passeio público elevado para ciclitas e pedestres, inspirado no parque aéreo de Nova York. Estabelecer um novo corredor de BRT abaixo, com comércio e habitação moderna, e criar espaços públicos sob os telhados.

cidade_do_mexicoA Cidade do México é um exemplo claro de um padrão demográfico que pode ser encontrado em várias cidades ao redor do mundo. Seu centro demonstra um fenômeno de despovoamento progressivo, enquanto seus arredores crescem exponencialmente.

Local: Tacubaya, uma das áreas da Cidade do México que se degradou com o rápido crescimento da cidade. Rodeado e cortado por rodovias, é quase impossível trafegar a pé pela região. Além disso, rios são canalizados em viadutos e ônibus ilegais oferecem serviço de baixa qualidade.

Proposta: Construir uma praça contínua para pedestres sobre as grandes avenidas e enterrar as vias para carros. Revitalizar as ruas por meio da criação de espaços democráticos para pedestres, ciclistas e a linha de ônibus BRT. Concentrar os ônibus ilegais em uma estação central e expandir as calçadas para ciclovias e espaços públicos.

Dar es Salaam é a maior cidade da Tanzânia e, apesar de não ser a capital oficial, é a sede do governo, o centro financeiro e comporta a principal infraestrutura de transporte. O rápido crescimento populacional não foi acompanhado pela oferta de serviços básicos e estrutura urbana. Investimentos no transporte urbano e no espaço público constituem elementos chave para o desenvolvimento econômico da Tanzânia.

Local: Gerezani, com seus eixos de transporte desconectados e espaços públicos abandonados. Sua orla é escondida atrás de uma ferrovia e da infra-estrutura do porto. Há poucos pedestres, que optam por mini-ônibus privados. Uma enorme linha de BRT está prevista para 2012.

Proposta: Criar acesso próximo ao Parque Mnazi Mmoja e unir os elementos urbanos desconectados ao transformar a orla, introduzindo vias para pedestres e redirecionando a linha de trem. Integrar a linha férrea à estação em outro espaço distante da orla e ligá-las ao novo BRT.

johanesburgoJohanesburgo é maior e mais densa cidade da África do Sul, além de ser o centro econômico do país. Seu crescimento deve-se ao descobrimento do ouro na região há mais de um século. É cidade do bairro de Soweto, distrito de onde a luta por uma África do sul democrática tomou o mundo.

Local: Orlando, área de Soweto. Local da Revolta de Soweto em 1976, símbolo importante da era do apartheid. Os recentes desenvolvimentos na área de transporte estão desconectados.

Proposta: Integrar e conectar os habitantes com as linhas de trêm e a nova linha de BRT Rea Vaya. Gerar desenvolvimentos de uso misto em torno dos eixos de transporte, motivando as pessoas a andar de forma segura entre as lojas, mercados, escritórios, restaurantes e espaço públicos atrativos.

 

jacartaJacarta, capital da Indonésia, tem sua história marcada por inconsistência nos investimentos em infraestrutura pública, como na área de transporte e na manutenção do espaço urbano, devido à longa instabilidade política. O vibrante centro da cidade é onde os limites ecológicos do transporte motorizado são mais severamente sentidos, sendo a qualidade do ar uma das piores do planeta.

Local: Manggarai, um eixo central de transporte na cidade. Com substanciais projetos de desenvolvimento em planejamento, a comunidade local teme ser despejada e reassentada. Como todo o resto da cidade à sua volta, Manggarai enfrenta os desafios do rápido crescimento da população e um aumento significativo na frota de carros: 40% das ruas da cidade não possuem calçada.

Proposta: Renunciar o despejo dos habitantes e conectar as linhas de transporte existentes e planejadas para preservar as comunidades existentes. Criar parques no telhado das linhas de BRT e da Estação Ferroviária, uma ponte para ciclistas e pedestres e, assim, sombra para os transeuntes abaixo. Transformar vias sujas ao longo do canal em passeios públicos para riquixás modernos, conhecidos como becaks.

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