Um grupo formado por programadores, designers, urbanistas e usuários de bicicleta se reuniu na última quinta-feira, dia 21 de maio, no Studio-X Rio de Janeiro, para participar de uma atividade colaborativa, promovida pelo ITDP Brasil, Studio-X Rio e Transporte Ativo. O objetivo do encontro foi apontar soluções para a expansão do projeto Ciclo Rotas Centro a outras áreas da cidade, por meio do desenvolvimento de um novo aplicativo mobile.
Realizado pelo ITDP Brasil, Transporte Ativo e Studio-X Rio, o projeto Ciclo Rotas Centro teve início em 2012 e contou com a participação de usuários de bicicleta, urbanistas, arquitetos e interessados em geral. O grupo juntou o que já existia de planos para o Centro e criou novas propostas, a partir de levantamentos de campo, que buscavam saber por onde as pessoas estavam pedalando e aonde elas gostariam de ir usando a bicicleta.
Foram realizadas contagens de apoio, com mais de 3 mil ciclistas passando por cinco locais-chave (que atualmente não possuem ciclovias) em um intervalo de apenas 12 horas. Depois, as rotas foram mapeadas e foi elaborado um planejamento cicloviário para toda a região do Centro (bairros do Centro, Lapa, Saúde e Gamboa). O novo plano nasce integrado à infraestrutura já existente no Aterro do Flamengo e os 17 km de ciclovias que ainda serão construídas na região do Porto Maravilha, conectando assim a Zona Norte a Zona Sul.
“Uma ferramenta que permita coletar contribuições dos usuários de forma digital e dar suporte à expansão da rede cicloviária é um grande avanço, e será uma colaboração importante das três organizações para o processo de elaboração do Plano de Mobilidade Urbana Sustentável do Rio, o PMUS”, explica Danielle Hoppe, do ITDP Brasil.
Sob a orientação do designer de experiências Daniel Perlin, os participantes foram divididos em quatro grupos e convidados a refletir sobre as necessidades básicas de quem pretende se deslocar de bicicleta pela cidade e como coletar informações que auxiliem na expansão da rede cicloviária do Rio. “Tudo começa quando passamos a prestar atenção nas necessidades básicas do deslocamento urbano, é preciso escutar a cidade e sentir como as coisas funcionam. Existem muitas perguntas e nossa missão é encontrar as respostas”, orientou Perlin.
“O grupo de trabalho estava bastante heterogêneo, com especialistas de diversas áreas e usuários de bicicleta”, explicou Pedro Rivera, diretor do Studio-X Rio, que está coordenando este projeto. De acordo com Zé Lobo, presidente da Transporte Ativo, é uma tendência mundial que projetos voltados para o uso da bicicleta sejam feitos de baixo pra cima, ou seja, por quem realmente usa a bicicleta. “Atualmente a grande maioria dos técnicos em transporte tem o pensamento voltado para a mobilidade motorizada e desconhece as necessidades dos usuários de bicicleta. Reunir pessoas de diferentes áreas torna possível oferecer ao poder público um olhar mais específico sobre os problemas da mobilidade urbana. Um aplicativo que consiga reunir as informações dos usuários e gerar um relatório será uma grande chave para a mudança do planejamento cicloviário das cidades”, complementou Zé Lobo.
Os próximos passos serão a consolidação de um documento reunindo as informações do encontro e a formalização de uma proposta de trabalho para o desenvolvimento do aplicativo. Como parte do processo, as organizações envolvidas realizaram uma pequisa com diferentes aplicativos para rotas de bicicleta, veja aqui. Confira os melhores momentos do encontro em nossa galeria de imagens!