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ITDP e BHTrans promovem intervenção urbana temporária no Bairro do Cachoeirinha, em Belo Horizonte

Entre os dias 26 e 29 de abril, o bairro do Cachoeirinha, na região nordeste de BH, foi palco de uma intervenção urbana temporária proposta pelo Instituto de Políticas de Transporte e Desenvolvimento (ITDP Brasil) e pela Empresa de Transporte e Trânsito de Belo Horizonte (BHTRANS), com financiamento da Citi Foundation.

A intervenção teve como objetivo testar medidas de redução da velocidade dos veículos e aumentar a segurança dos pedestres, como parte do planejamento de implantação de Zonas 30 na cidade de Belo Horizonte. O bairro foi escolhido por concentrar três escolas, uma igreja e um lar de acolhimento de idosos, resultando em uma área prioritária em vista dos conflitos entre crianças, adolescentes, idosos e automóveis em suas vias.

Rua Simão Tamm antes e durante a intervenção

O trecho da rua Simão Tamm recebeu mobiliário temporário, elementos de paisagismo e sinalização removível para ampliar a segurança e o conforto do pedestre. Além disso, foram propostas medidas de redução de velocidade e aumento da segurança de pedestre, como chicanas, redução da largura da faixa de circulação dos veículos, alargamento das calçadas e redução do raio de conversão dos veículos nos cruzamentos.

Além da equipe formada pelo ITDP Brasil e pela BHTRANS, voluntários também ajudaram a transformar o entorno da fábrica de tecido desativada em um espaço de convivência com ampliação da calçada e implantação de mobiliário, o que tornou o espaço mais atraente e convidativo para as pessoas. O espaço contou também com banners explicativos e interativos, nos quais os moradores e pedestres puderam avaliar a intervenção e deixar comentários. De acordo com a pesquisa, 89,5% das pessoas aprovaram a ação.

“A rapidez com que os moradores e suas famílias se apropriaram do novo espaço público criado deixa claro o potencial da rua Simão Tamm para além de um espaço de circulação de veículos. Ao reduzir a velocidade, a convivência das pessoas com os veículos se dá de forma mais segura, e a rua se transforma também em um espaço de estar e lazer, contribuindo para a qualidade de vida da população”, afirma Danielle Hoppe, Gerente de Transportes Ativos do ITDP Brasil.

Uma festa organizada pela Associação de Moradores fez parte da programação da intervenção, e contou com barraquinhas, show e apresentação de dança do lar de acolhimento de idosos. A programação também contou com uma pedalada, oficina para reparo de bicicletas e roda de conversa sobre mobilidade urbana e bicicleta, organizadas pela associação BH em Ciclo e Cicloficina de Rua.

Oficina de ideias na Escola Estadual Deputado Ilacir Pereira Lima em fevereiro deste ano

O processo que culminou na implantação da intervenção temporária começou entre os meses de março e abril, quando ocorreram reuniões e eventos no bairro para identificar prioridades e demandas dos residentes e frequentadores do bairro sobre a circulação, conscientizar a população sobre a importância de rever paradigmas de mobilidade, e buscar novas soluções conjuntas.

Em março deste ano, foram realizadas contagens de fluxo de pedestre, bicicletas e veículos motorizados para embasar a proposta do projeto e permitir um maior conhecimento da dinâmica da utilização da rua Simão Tamm. As contagens e observações foram repetidas durante a intervenção.

O que são as Zonas 30 e como essa discussão chegou à Belo Horizonte?

As Zonas 30 são vias locais cuja velocidade máxima para veículos é de 30 km/h. A sua implantação tem como finalidade diminuir o número de feridos em acidentes de trânsito e torná-las mais seguras e agradáveis ao priorizar pedestres, ciclistas e pessoas de mobilidade reduzida. Muito mais do que a implementação de sinalização para redução na velocidade praticada pelos veículos, trata-se de medidas físicas de redesenho viário para redistribuir o espaço entre os diversos usuários.

Oficina Connective Cities em 2018

As discussões sobre a criação de Zonas 30 no município de Belo Horizonte tiveram início em 2014. Na época, a proposta abrangia as áreas da região Centro-Sul. O assunto foi retomado em agosto de 2018, quando a cidade recebeu a oficina internacional “Connective Cities: discutindo as Zonas 30 e uma cidade viável para todos”, realizada a partir de uma parceria da BHTRANS com especialistas alemães das cidades de Bremen e Leipzig, GIZ, ITDP Brasil, WRI Brasil, Movimento Nossa BH e BH em Ciclo.

O evento teve como objetivo fornecer embasamento técnico para a discussão sobre a implantação de Zonas 30 na cidade. Na ocasião, foram apresentados estudos de caso bem sucedidos. Além disso, foi realizada uma oficina com participação de representantes da sociedade civil e do poder público, durante a qual foram estabelecidas potencialidades e desafios para a implantação de Zonas 30 na área hospitalar, na região Centro-Sul e no bairro Cachoeirinha.

Próximos passos

No dia 30 de abril, a iniciativa foi apresentada pela Coordenadora de Sustentabilidade e Meio Ambiente da BHTrans, Eveline Trevisan, na 11ª reunião do Observatório de Mobilidade de Belo Horizonte – ObsMob-BH. Durante a reunião, o Diretor de Sistema Viário da BHTRANS se comprometeu a implementar de forma definitiva um trecho do projeto nos próximos meses, com detalhamento do projeto previsto para o segundo semestre de 2019.

Confira a galeria de imagens:
Fotos: Octupus, Amanda Corrradi, Danielle Hoppe e Ronald Nascimento

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