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CONJUNTO NACIONAL: boas práticas de DOTS em um ícone da arquitetura paulistana

 

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Idealizado no início dos anos 50 pelo empresário de rede hoteleira José Tjurs, o Conjunto Nacional, cujas obras se iniciaram em 1954, ocupa um quarteirão definido e acessível pelas ruas Padre João Manuel e Augusta, pela Alameda Santos e Avenida Paulista. O projeto do arquiteto David Libeskind contemplou, nos 120 mil m2 de área construída, um centro comercial, espaços para eventos culturais, centro de convenções, salão de festas e apartamentos. A configuração arquitetônica está estruturada em duas grandes lâminas; uma delas no sentido vertical e a outra no sentido horizontal. A lâmina horizontal, inaugurada em 1958, ocupa toda a área do quarteirão e possui em seu interior quatro  galerias que se cruzam numa praça, com uma rampa helicoidal que dá acesso ao mezanino. Em 1962, a lâmina vertical foi concluída, contemplando os espaços destinados aos usos residenciais e serviços. Foto: Secretaria de Cultura / Governo do Estado de São Paulo.

 

O Conjunto Nacional é um ícone da arquitetura paulistana, sendo um projeto adorado por seus frequentadores e tombado desde 2004 pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico do Estado de São Paulo (Condephaat). Inaugurado na década de 1950, este projeto teve papel fundamental na transformação da Av. Paulista, que até então era basicamente uma região residencial destinada à classe alta. Localizado no  principal centro de empresarial de São Paulo, caracteriza-se por uma grande diversidade de usos do solo e pela concentração de diversas oportunidades (emprego, habitação, comércio, serviços, cultura e lazer).

Além de sua importância para o desenvolvimento da cidade e de sua beleza arquitetônica, o Conjunto Nacional contempla em seu projeto uma série de boas práticas associadas aos oito princípios de Desenvolvimento Orientado ao Transporte Sustentável (DOTS). Distante cerca de 200m da estação Consolação do metrô de São Paulo, este projeto é marcado por uma alta densidade construtiva (Adensar), uso misto (Misturar), por um pavimento térreo desenhado para promover a conectividade com o espaço urbano (Conectar), que estimula a deslocamentos à pé (Caminhar). A avaliação realizada mostra que este projeto pode ser considerado padrão Prata de acordo com os critérios do Padrão de Qualidade TOD, tendo obtido 78 pontos (em uma escala de pontuação que varia de zero a 100).

Ele não pode ser considerado padrão Ouro (85 – 100 pontos), em função de duas questões principais: (a) o projeto possui uma proporção de área construída destinada ao estacionamento e a circulação de carros muito superior ao desejável pelo princípio Mudar; e (b) ele não contempla Habitação de Interesse Social (HIS), importante para promoção da inclusão e maior diversidade social (princípio Misturar). O infográfico acima apresenta os principais aspectos de projeto que qualificam o Conjunto Nacional como um exemplo de melhores práticas de DOTS no Brasil.

O Conjunto Nacional segue como uma referência importantíssima no Brasil, já que ilustra em um mesmo empreendimento os princípios essenciais do DOTS, aplicados de forma conjunta. Ele não atingiu uma pontuação suficiente para ser considerado padrão Ouro basicamente em função dos dois andares destinados a estacionamento e pela ausência de habitação social“, explica Luc Nadal, Diretor Técnico de Desenvolvimento Urbano do ITDP.

Arquiteto e urbanista (DPLG) pela Ecole d’Architecture de Paris – La Villette, Luc Nadal possui doutorado em Planejamento Urbano pela Universidade de Columbia. Antes de ingressar no ITDP, ele colaborou em inúmeros projetos de planejamento urbano e design, incluindo o Parque La Villette e do Aeroporto Charles de Gaulle, em Paris. Pesquisador Mombusho da Universidade de Kyoto no Japão, Luc já lecionou nas Universidades de Columbia, New School University e Parsons School of Design (NY), nos Estados Unidos.

Apesar de ter sido construído na década 50, o empreendimento é muito atual. Ele incorpora os princípios de DOTS que são os mais difíceis de se mudar depois que um empreendimento já está pronto e lançado, como a questão da densidade e do uso misto. É mais fácil redesenhar ruas do que empreendimentos desse porte”, compara Luc.

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