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BRT TransOlímpica recebe selo Prata na avaliação segundo o Padrão de Qualidade BRT

O corredor de BRT TransOlímpica foi implantado como parte dos compromissos da cidade para sediar os Jogos Olímpicos Rio 2016. Em operação desde agosto do ano passado, o corredor recebe agora o selo prata do Padrão de Qualidade BRT, em avaliação feita pelo ITDP Brasil de acordo com os critérios e métricas que qualificam um corredor de transporte por ônibus como BRT.Para isso, foram realizadas visitas de campo entre março e maio de 2017, onde foram identificadas boas práticas e oportunidade de melhoria. O Padrão de Qualidade BRT permite a avaliação do projeto e operação do corredor com base em práticas internacionais documentadas e disseminadas por um Comitê Técnico internacional de especialistas no tema.

O corredor TransOlímpica foi concebido para ligar as arenas olímpicas da Barra da Tijuca e Deodoro e oferece uma nova conexão transversal na Zona Oeste da cidade. Foto: Beatriz Rodrigues, ITDP Brasil

O corredor foi planejado para promover a conexão do Complexo Olímpico de Deodoro ao Parque Olímpico da Barra da Tijuca. Atualmente tem 23 km de extensão e se conecta ao sistema de BRT já existente na cidade, que agora conta com mais de 120 km de extensão. Além disso, ele se integra à rede de transporte público sobre trilhos da cidade: a estação terminal Jardim Oceânico do metrô é atendida por uma de suas linhas (Sulacap – Salvador Allende) e há também integração física entre duas de suas estações e as estações de trem Magalhães Bastos e Vila Militar. A concepção dos projetos de dois dos seus terminais (Terminal Recreio e Terminal Olímpico) recebeu suporte do ITDP, por meio da consultoria especializada Oren Tatcher OTC Planning & Design.

Critérios avaliados

O corredor de BRT TransOlímpica foi construído em uma área da cidade ainda com baixo adensamento populacional, onde cerca de 1,4% da população se encontra a 1 km das estações do corredor. Essa distância equivale a cerca de 10 a 15 minutos de caminhada. Parte da extensão do novo corredor foi inserida em paralelo a uma nova via expressa elevada, a Via Rio, o que dificulta a adesão à nova opção de deslocamento por transporte público por parte da população que mora nas proximidades. Assim, o corredor tem transportado apenas um terço da demanda prevista de 70 mil usuários por dia.

Alguns elementos da infraestrutura prevista não foram concluídos até o momento, como a ampliação do terminal de Deodoro e a inserção de uma alça de ligação direta entre este corredor e o BRT TransOeste. No caso do terminal Deodoro, passageiros vindos da região metropolitana no sistema de trens são obrigados a estender seus trajetos até Vila Militar ou Magalhães Bastos para poder efetuar a integração com o BRT. No terminal do Recreio, os passageiros do BRT TransOlímpica que querem integrar com o corredor de BRT TransOeste devem percorrer um trajeto a pé e sem cobertura, até a estação Salvador Allende, prejudicando o conforto da viagem e subutilizando o terminal Recreio.

Um ponto positivo se refere ao planejamento de serviços. O corredor oferece, além das linhas que percorrem o corredor inteiro, outras que acessam partes dos corredores de BRT TransCarioca (linha Madureira x Terminal do Recreio) e BRT TransOeste (linha Jardim Oceânico x Sulacap). Estas múltiplas linhas se complementam e permitem uma maior integração entre os corredores do sistema de BRT, além de facilitar o acesso a diferentes partes da cidade.

No Terminal do Recreio a linha que percorre parte do corredor TransCarioca (Madureira Expresso) apresenta grande quantidade de passageiros, principalmente nos horários de pico.

A sua infraestrutura também se destaca pela adoção de pavimento em concreto de alta qualidade e presença de faixas de ultrapassagem nas estações. Estes aspectos permitem maiores velocidades operacionais e operação de serviços expressos, o que reduz o tempo de viagens dos usuários e possibilitará um aumento de capacidade caso seja observado um aumento de demanda em médio e longo prazo.

A presença de faixas de ultrapassagem em todas as estações permite a utilização de múltiplos serviços ao longo do corredor e, consequentemente, diminui o tempo de viagem dos usuários. O pavimento de concreto minimiza a necessidade de manutenções periódicas da via e garante uma velocidade constante dos ônibus ao percorrer o corredor.

A avaliação do BRT TransOlímpica revela também alguns pontos que devem ser melhorados,, principalmente com relação aos seus acessos por bicicleta e a pé.

A infraestrutura de acesso e estacionamento para bicicletas é incipiente e cobre apenas a Avenida Salvador Allende. Porém, mesmo nesta extensão, a rede cicloviária  é descontinuada em alguns trechos, para permitir o acesso de veículos a garagens ou compartilhamento com pedestres, além de ser interrompida em vias transversais ao corredor. O corredor apresenta atualmente apenas uma estação de bicicleta compartilhada, próxima ao Terminal do Recreio. Uma infraestrutura de acesso e de estacionamento adequada para bicicletas e a presença de sistemas de bicicletas compartilhadas nas estações garantiria conforto e segurança para os usuários que já realizam parte do caminho de bicicleta e criaria também uma outra opção para os usuários acessarem seus destinos finais, o que potencialmente aumentaria a cobertura do sistema.

A Avenida Salvador Allende conta com uma ciclovia paralela ao corredor, com trechos de descontinuidade para acesso de veículos, principalmente entre as estações Minha Praia e Asa Branca.

O acesso às estações para pedestres também é outro ponto a ser aprimorado. A maioria dos acessos no trecho em via elevada é desconfortável aos usuários, por obrigá-los a percorrer um caminho a céu aberto sujeito a intempéries em uma distância razoável para caminhada.

Para acesso à estação Boiúna é necessário percorrer cerca de 300m a céu aberto sobre a via elevada.

Além disso, o acesso à via elevada é realizado por passarelas que se encontram entre dois viadutos, o que provoca uma sensação de insegurança, sentida em especial pelas mulheres, dada a pouca visibilidade dos trechos.


Todos os acessos à via elevada ao longo do corredor seguem o mesmo padrão, entre dois viadutos, que projetam insegurança e diminuem a atratividade do corredor.

Conclusões

O corredor de BRT TransOlímpica recebeu o selo Prata em sua avaliação completa, que englobou quesitos ligados ao projeto e à operação. Outros corredores avaliados também avaliados com o selo prata pelo ITDP incluem: o sistema Expresso Tiradentes em SP, que circula em via elevada e conecta periferia à área central da cidade; o BRT Antônio Carlos em BH, que conta com uma operação intensa em horário de pico; alguns corredores da cidade do México e de Ahmedabad na Índia – que tiveram ampla aceitação e levaram outras cidades indianas a adotar o modelo de BRT; e o corredor​es​ de Brisbane, Austrália e Istambul, na Turquia​.

Os resultados da avaliação foram apresentados e discutidos em conjunto com o Consórcio BRT Rio e com membros das secretarias de Urbanismo, Obras e Habitação, Transportes e CET-Rio da Prefeitura, na segunda semana de junho deste ano. Na apresentação foram abordadas as métricas do Padrão de Qualidade BRT, informações detalhadas sobre a pontuação no caso do corredor TransOlímpico, bem como seus pontos de destaque, pontos de melhoria e principais desafios para seu aprimoramento.

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